A escola Etalívio Pereira Martins homenageou Flora Egidio Thomé como Patrona da biblioteca escolar por ser uma pessoa que dedicou sua vida pela educação e
também por ser uma escritora sul-mato-grossense.
Flora Egidio Thomé foi homenageada
como patrona da biblioteca na gestão do prefeito Sr. Lúdio Martins Coelho e do
Secretário de Educação, Heitor Romero.
Flora Thomé nasceu em Três Lagoas no
dia 14 de novembro de 1930.
Mora até hoje em Três Lagoas. Sem pai
Egidio Thomé e sua – mãe, Raciba, libaneses imigrantes, que se conheceram em
são Paulo e vieram enfrentar a vida em Três Lagoas no começo dos anos vinte.
Casaram-se e tiveram sete filhos. Aos
9 anos de idade Flora Thomé perdeu seu pai, o dia em que Flora nasceu foi o dia
mais feliz da vida de seu pai, pois viera depois dos cinco filhos homens.
Cresceu numa família árabe, arraigada
às tradições do país de origem apegada em excesso aos filhos. Quando seu pai
faleceu, sua mãe fez tudo· para manter unidos. Dos sete irmãos, só restam hoje
quatro - que são:
Michel, o mais velho, que foi prefeito
em Três Lagoas (já falecido).
- Monir, médico (já falecido).
- Nufo, dentista (já falecido).
- Magid
- Samia
- Samir
- Flora Thomé
A infância de Flora foi como de toda
menina pobre que faz da rua e do quintal, seu espaço de liberdade, de correria.
Com sua irmã brincava de casinha, de professor e aluno, com· brinquedos artesanais
que elas mesmas improvisavam.
Aprendeu a ler e a escrever na escola
2 de Julho, estabelecimento tradicional que durante cinquenta anos formou
diversas gerações de três-lagoenses. Nesta escola, Flora Thomé viveu os
momentos mais-ricos
de sua
infância e encaminhou-se para a vida profissional.
Sua primeira professora foi Dona Lídia Venditti por quem foi alfabetizada. Terminado o primário, durante certo tempo não teve condições financeiras
de estudar fora.
Quando em 1945, foi criado
o primeiro ginasio da cidade, pelos professores João Magiano Pinto e Eufrosina
Ferreira Pinto com o apoio político do então interventor Júlio Müller, em que
fez seu exame de admissão ao ginásio 2 de julho..
Em 1948, quando terminou o
ginasio, foi convidada a dar aulas no 2 de julho. Flora Thomé começou sua
carreira no magistério em 1949, como professora primária na escola 2 de Julho.
Começou de baixo, no bom sentido, lecionando a primeira série do primário, porque todo é gratificante.
Lecionou depois o terceiro
ano, participando de uma experiência rica, em que
aprendia com os colegas e com os alunos também. Naquela época a escola pagava relativamente: 700 mil reis, um
salário mensal com o qual contribuía nas despesas da casa e ajudava a manter seus
dois irmãos que estudavam fora.
Em 1952 criou-se a Escola
Normal Dom Aquino Corrêa, graças ao empenho dos deputados estaduais Júlio de
Castro Pinto e Rosário. Dessa - forma ingressou no curso Normal e tornou-se professora em 1953, visto
que naquele tempo o Normal tinha apenas dois anos. Formou-se na primeira turma
do ginásio em 1948 e na primeira turma do normal, em 1953. Em 1961, fez o curso
da Cades em Campo Grande, credenciado pelo Ministério da Educação, com o fim de
fornecer registro aos professores leigos. Em 1969, cria-se a Faculdade Estadual
de Mato Grosso; com seus vários centros pedagógicos de Três Lagoas, no qual ingressou para melhorar o nível de sua
formação profissional, como professora de Língua Portuguesa no ginasio estadual 2 de julho e
no Colégio de 1º e 2º Graus Fernando Correa.
Flora Thomé tem 46 anos de magistério.
Deu aula em todos os níveis, do primário ao universitário, teve contato com todo tipo de aluno, gratificando-se sempre com seu trabalho, onde procura atualizar-se para acompanhar o ritmo de seu tempo. Aposentou-se numa das cadeiras do magistério estadual, por Mato Grosso e durante dois anos recebeu por
Cuiabá. Ganhava salário mínimo, mal dava para sobreviver. Quanto à aposentadoria na universidade, Flora diz que ela vai
chegar ao seu devido tempo, pois está deixando a coisa acontecer naturalmente.
Flora Thomé, leciona até hoje as
disciplinas de Língua
Portuguesa e de Comunicação e Expressão no Centro Universitário de Três Lagoas, onde estimula atividades culturais, despertando nos alunos o gosto pela arte.
Flora Thomé, escritora
sul-mato-grossense foi incentivada a publicar seus poemas, pelo amigo Rosário
Congro.
Escreveu
"Cirrus", já em segunda edição, coletânea de poemas tecidos na linha
modernista, prefaciado por Rosário Congro que acentua:"Quantas coisas ela
quis dizer com trem que não traz alguém", “os caminhos se desfazem", "Ânsias
em erupção”, -"A fadiga do não
realizado". páginas muito brancas e muito altas", Cirrus de fato.
Ao ser editado, o livro
de Flora Thomé foi alvo de muitos elogios da coluna literária do "Diário
de são Paulo" da palavra de Cassiano Ricardo, de José Condé e Valdemar
Cavalcanti.
Para o "menino moleque" o saudoso maestro Frederico Lieberman
compôs uma partitura musical profundamente
subjetiva, a poesia de alma, extraindo-lhe a essência, o que, em poesia, é válido e autêntico.
Alguns anos mais tarde, fez uma antologia dos poetas da terra, que denominou: Antologia
Dimensional de poetas Três-Lagoenses, para preservar a memória regional de
nossa poesia.
Publicou também outros poemas sob O titulo “Cantos e Recantos”, por
causa disso foi convidada a pertencer à Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.
Durante muitos anos representou Três Lagoas no Conselho Estadual de Cultura.
Flora faz parte da
galeria de santos e magos que operam o milagre da redescoberta do mundo, da
vida.
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